Se Kontroll deveria ser um ponto de referência do mestre Nimród Antal, e que o é sem dúvida, Vacancy deveria ser visto como uma ponte, para o que poderá vir. Esperemos, melhor.
Com um teor tão vulgar de terror, com uma oferta pouco inteligente de um rumo a seguir, é de estranhar que Antal tenha conseguido chegar onde quis. E a verdade é que o conseguiu plenamente.
Com um teor tão vulgar de terror, com uma oferta pouco inteligente de um rumo a seguir, é de estranhar que Antal tenha conseguido chegar onde quis. E a verdade é que o conseguiu plenamente.
Este é um filme que se transfigura de uns quantos clichés em amostras bastante mais conseguidas disso mesmo, um mergulho de cabeça nas inspirações de outros, conjuntamente com o facto de conseguir ir além do que essas primeiras ideias foram. Mas não deixa de ser um emprestar, digamos assim, de um plot que sempre deixou e sempre deixará muito a desejar.
Eu, como amante do terror tive de o ver fosse qual fosse o lado das opiniões dos mais aclamados críticos, e vi-o ainda em terras do Tio Sam. Mas se por um lado me acabou por entreter, por outro tornou-se também desconfortável através de faltas e exageros.
Eu, como amante do terror tive de o ver fosse qual fosse o lado das opiniões dos mais aclamados críticos, e vi-o ainda em terras do Tio Sam. Mas se por um lado me acabou por entreter, por outro tornou-se também desconfortável através de faltas e exageros.
A claustrofobia, as sombras constantes, o batimento cardíaco e a sequência entusiasta de planos devidamente equilibrados para um determinado efeito, acabam por fazer parte do entretenimento agradável que se retém ao longo dos totais 85 minutos de filme. O elenco é claramente outras das razões da crítica se encontrar sensivelmente do lado positivo acerca de todos os aspectos do filme. O pior? Pouco, talvez mesmo seja o facto de passado já algum tempo de o ter visto, me seja mais complicado fazer uma crítica aprofundada, e juntando a esse facto o de que eu acho que mesmo que o tivesse acabado de ver novamente o problema se mantivesse.
Resumindo, Vacancy é um filme de terror que não traz muito mais do que os demais que nos chegaram recentemente como o The Hitcher ou o segundo Hostel, mas que se consegue manter acima desses pela maneira como Antal conseguiu espalhar mais do que uma sequência de planos meramente pesados e gores para se basear num ambiente simples de terror infantil, de encurralamento e correria constante. Um ou outro "I don't care anymore, I love you", aparecem para suavizar uma necessidade constante de alcançar o negro do alma humana, o terror emerso no lado obscuro da sagacidade humana, animal, e acaba por entregar uma constante correspondência com clássicos que sempre ficaram e que não passarão nunca. Falo claro está de Psycho.
No fundo acho que Vacancy é mais um dos que fazem parte de um enorme rolo de situações dramáticas de que os Estados Unidos se tem mostrado tão necessitado, mas que vai além do que se espera integrando-se numa necessidade de encontrar emoções humanas nas mais profundas desumanas acções. O plot recai num desconhecer do seu próprio rumo e muitos dos diálogos entregam-nos sensações que não deveriam ser sentidas, mas Vacancy ultrapassa as nossas expectativas de uma maneira que por exemplo, o Hostel de Roth nunca ultrapassou. Serenamente.
E às vezes ultrapassá-las é o suficiente.
Vacancy, USA, 2007. Realização: Nimród Antal. Fotografia: Andrzej Sekula. Com: Kate Beckinsale, Luke Wilson, Frank Whaley, Ethan Embry. ***
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