sábado, 12 de janeiro de 2008

Fantasia em 2007

Na altura em que a sétima arte se afoga em adaptações fantásticas, como se numa necessidade fútil de se ultrapassar umas às outras, uns aos outros em mérito, há muitas que se lançam aos esquecimento e outras que serão sempre relembradas.

Tenho tentado andar informada quanto ao processo legal entre a New Line Cinema e Peter Jackson, por razões já explicadas anteriormente, e ao que parece essa situação foi contornada e os ressentimentos esquecidos, ou pelo menos por agora.

Em 1976 quando o produtor Saul Zaentz tomou a adaptação, o mesmo que produziu One Flew Over the Cuckoo's Nest e The English Patient, não se imaginava sequer que o seu primeiro passo viesse de facto a ser da envergadura que acabou de ser, a ponte para um mega sucesso de bilheteiras e uma imortalização do género fantástico como um género de constantes evoluções. Vinte e dois anos depois a New Line fez provavelmente a melhor decisão de todas ao comprar os direitos sobre o franchise da adaptação, e claro, entregar a produção nas mãos de Peter Jackson foi provavelmente a sua segunda melhor decisão. Mas não foi muito mais tarde que o desegrado foi lançado em torno dos números à volta da trilogia, e um caso foi aberto e estendido durante meses. Vinte e um meses depois de Jackson processar a companhia, esta põe um ponto final nas suas relações profissionais afirmando que não iria requirir os seus serviços e que a procura de um realizador para a adaptação da prequela d'O Senhor dos Anéis estava lançada. Nos meses que se seguiram a tensão entre as duas entidades não se alterou, e foram nomeados possíveis realizadores para nos trazer a adaptação da prequela. Raimi e Del Toro foram e são as escolhas que deram lugar a maior conversação, no entanto ainda havia uma quase certa certeza que o iriam entregar a Jackson. A prova que os desentendimentos se dissiparam chegou quando nomearam Jackson produtor executivo (o quê?) com responsabilidade sobre todos os aspectos creativos do projecto, incluindo realizador, escritor e elenco.

O elenco tendo já dado a sua opinião quanto ao assunto, quanto ao problema e quanto ao caso legal aberto entre Jackson e New Line, afirmaram ainda gostarem de poder vir a ser parte do The Hobbit, regressa á Terra Média novamente, entre eles o hobbit Elijah Wood, no segundo filme que nos trazerá os 50 anos entre a descoberta do anel e a guerra que se inicia em The Fellowship of the Ring, e os feiticeiros Christopher Lee e o imprescindível nesta adaptação Ian McKellen.

No entanto já entrámos em 2008 e ainda não há realizador. Três anos depois de tudo começar, e para meu desespero, a única certeza que temos neste momento é que Peter Jackson se vai manter no gabinete de produção. Se bem que eu tenho uma esperançazinha aberta dentro de mim...Algo me diz que ainda veremos "Directed by Peter Jackson" no grande ecrã. O projecto diz-se estrear em 2009 e 2010 respectivamente.

Quanto ao mundo do feiticeiro menor de idade, Harry Potter, parece que 2007 foi um ano em cheio para Yates e para o trio maravilha que se tem também integrado em projectos distintos do mundo de Rowling, citando apenas um: Equus, com Radcliffe despido de qualquer tabu, no verdadeiro sentido da palavra.

Ocupando o top dos filmes mais vistos do ano que passou, batendo records de bilheteira, a última adaptação até à data foi inundada por comentários como "Once again, the series has produced a winner: an intriguingly complex, visually dazzling, multilayered fantasy-adventure of the first order" ou "Not just a ripping yarn but a powerful, poignant coming-of-age story" foram a confirmação para a realidade que se verificou posteriormente; a de que foi o filme mais visto por muitos países.

No entanto o ano foi também marcado pelo fim dos livros, o fim que se muitos ansiavam outros só queriam que não viesse. Faço claro parte do último grupo de pessoas que viu o fim chegar com cara triste, e um sentimento estranho de perda (sendo só um livro), pois foi a saga que marcou o meu crescimento e isso senti. Mas no entanto estes anos que passaram, Harry Potter no cinema tem tido fases negras e fases brilhantes. O melhor até hoje foi, na minha opinião, trazido por Cuarón em 2004, mas Newell e Yates não estiveram mal nas suas adaptações, tendo também maiores liberdades. Assim é inevitável que os títulos que virão, os dois que faltam, sejam ansiados com maior expectativa e também com maior número de pessoas, pois os fãs dos livros numa tentativa de estender a existência de um feiticeiro herói terão de se agarrar a Yates e a quem virá depois. Sim, aqueles que evitaram os filmes também...Falo por mim.

*Possível poster para Harry Potter and the Half Blood Prince

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