domingo, 16 de setembro de 2007

Aquecimento Global em Hollywood

Mais e mais vou descobrindo links, tópicos, entrevistas que declarem a crescente preocupação (ou assim parece) da sobrevivência de um mundo como o que conhecemos hoje e não pelas evidências do que será amanhã. Porque as evidências não são reconfortantes.
Desde An Inconvenient Truth, de Al Gore, que chegou até nós um reconforto ao deparmo-nos com um burburinho acerca da questão, proclamado pelo pedestal dos pedestais dos exemplos da era moderna: os actores e que tais.
Ao que parece a mais recente figura pública a juntar a 7ª arte ao problema que devia ser preocupação de todos nós, esse tal de aquecimento global, foi nada mais nada menos que o Prince Charles, que tem em vista a projecção de um documentário acerca do ambiente contando com o suporte de Hollywood. Um artigo no The Sunday Times, revela que Charles, o "Príncipe-Verde" terá o suporte de realizadores e responsáveis dos estúdios, de forma a encaminhar o projecto, entitulado "The Harmony Project", pelo caminho certo.

"Charles vê-se a si próprio como o pai fundador do princípio da harmonia e da necessidade de desenvolvimento e está agradecido pela oportunidade que estes productores de Hollywood lhe estão a dar para ele partilhar a sua visão com uma audiência mais alargada. Ainda assim ele está alertado para o facto de que o seu desejo de falar dos danos que a raça humana está a impingir no ambiente resulta num rolo de intenso criticismo e refutação devido à sua própria preferência em veículos que bebem gasolina e jets aéreos, mas a ideia do filme foi do próprio principe.", diz uma fonte ao jornal britânico.

Ao que parece no entanto, este é apenas um dos três projectos cinematográficos que estão actualmente em desenvolvimento na Charlie and Co.
Al Gore iniciou o primeiro verdadeiro projecto acerca de aquecimento global com adaptação para o grande ecrã, que não só colou com o público norte-Americano, mas também com o Velho Continente e um pouco com todo o mundo. Al Gore foi de seguida seguido pelo projecto de Leonardo Dicaprio, The 11th Hour, que pelas críticas está fabuloso ao ponto de no final do filme todos querermos mudar o mundo e onde Dicaprio deixa os cientistas e profissionais dar voz às suas opiniões, e este é agora por sua vez seguido pelo projecto do príncipe Charles, que infelizmente não me parece que vá absorver sequer o entusiasmo para levar as pessoas a deslocarem-se até uma sala de cinema. Mas quem sabe? Eu só espero que seja um sucesso desde que seja verdade. Desde que seja uma verdade mesmo que "inconveniente". Nós precisamos de um puxão de orelhas, afinal de contas.

Mas é bom de facto depararmo-nos com um crescente entusiasmo em denotar as necessidades, em dividir as tarefas, em responsabilizarmo-nos a nós mesmos que o mundo está a enveredar por um caminho de trevas neste momento.

Morgan Freeman se apercebe do papel fundamental que Hollywood poderá eventualmente desenvolver para propagar a preocupação global e ser bem sucedido, pois uma quanta mentalidade terrena assenta hoje nos media, e a divulgação dos problemas comuns têm também hoje um maior impacto quando saiem da caixa mágica do que quando saiem dos livros ou revistas. Disse ele em entrevista à Grist Magazine:

"Grist Magazine: Os críticos acreditam que a voz das celebridades pode ajudar a espalhar este ensinamento e realidade, mas chegará um momento em que se tornará uma retórica vazia, ou até que destrua a causa?

Freeman: Todos nós, celebridades, sabemos que o nosso trunfo neste jogo é puxar atenção. Se nós temos uma audiência, e temos alguém com quem falar e dizer "Isto é uma boa ideia", então assim será.
Eu não discurso, portanto eu não vou a eventos ambientais e subo ao palco. Isto é o mais alto que eu vou chegar, palco inteligente... As celebridades começam a falar acerca de qualquer coisa que nós encontramos - eu não quero dizer de interesse, mas de necessidade. Não é diferente do que nos juntarmos para ajudar pessoas em condições de catástrofe. Isto é o mesmo. A nossa situação, com aquecimento global e qualidade do ar e tudo isso, vai ser catastrófico. De outra maneira ninguém estaria a prestar atenção."


Eu preocupo-me, mas nem sempre noto. E o notar é o mais aterrorizante. Mas depois vemos pessoas que têm tudo na mão, mas que ainda assim se preocupam com o rumo que levamos, o futuro que vamos deixar às pessoas que virão depois de nós e o coração ele próprio sorri com o calor desse incentivos. É bom acreditar num mundo melhor, assim.

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