sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O filme Coreano Portrait of a Beauty entrou-me no coração para não mais sair. Verdade seja dita foi um tiro certeiro num escuro Australiano. Foi realmente necessário ir ao outro lado do mundo e descobrir uma obra, que não particularmente antiga, me estava completamente externa ao conhecimento. Apaixonada, volto a referir, pela invulgariadade quase bárbara da beleza mais simples. Não apenas da pureza do coração, mas na beleza rude, quase crua, da límpida desigualdade de sexos e no retrato labiríntico da guerra entre eles. O quase líquido nevoeiro da luz, a mesma luz que desenha as lágrimas no rosto de Shin Yoon-bok, a beleza transparente e nítida das constantes mutações de cada personagem, é tudo uma fossa de beleza onde eu me consolei em perder, e de onde eu por todo o filme bebi. Não há rotação tão absoluta como a da camera que não só capta, mas que é também personagem. Um pouco no aconchego da sua total omnipresença, mas também na sua capacidade de tradução de sentimentos. Uma obra verdadeiramente única, sombria, mas imensamente cheia de luz e beleza. Sincera, bruta, e tocante.

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