quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Open the door, HAL."

Ao mesmo tempo que é demandado, nós só queremos que a porta seja de facto aberta. A sua espera é a nossa espera, a sua evolução é a nossa, o seu temor, o nosso temor é. Eis uma obra-prima perfeitamente visionária, obrigatória sem dúvida, e completamente surreal e intoxicante. Kubrick, numa das suas criações mais ambiciosas traz-nos em forma de cor e imagem, perguntas existenciais que tecem respeito.

Perfeitamente inundado num sentimento gélido e duro, toda e cada imagem chocou-me, tocou-me, talvez de uma forma única. Não sei bem o que dizer; será que toda a humanidade espera um novo patamar de metarmofose, ou será que seremos simplesmente engolidos pela nossa capacidade de evolução?

O mais bonito de tudo é a calma de Kubrick. A facilidade que teve, ou deixou de ter ao trazer um valor inesquecível ao cinema de ficção científica. Ou a plena noção que não era para ser caracterizado como um filme fácil, de fácil aceitação.

As personagens, menos exploradas que os ambientes, as falas mais simples que a espera, são apenas transições. Afinal qual o objectivo desta odisseia?

Foi sobretudo um chamamento ainda maior para os ensinamentos que cabem numa memória, numa nota musical, num silêncio espectral, numa só imagem ou vazio. É simplesmente tudo tão misterioso e negro. Expectante.

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